Estupro em casa
Menino
violenta a própria irmã de 9 anos repetidas vezes após ver conteúdo
incestuoso na internet, o que acendeu discussões públicas sobre a
influência da pornografia nas crianças antes mesmo de elas terem noção
da sexualidade
publicado em 20/11/2016 às 00:05.
Por Marcelo Rangel / Fotos: Fotolia
Tags: Comportamento edição 1285 Folha Universal
Mais
uma tragédia que traumatiza uma família. No condado de Gloucester, na
Inglaterra, um menino, hoje com 14 anos, estuprou repetidas vezes a
própria irmã quando ele tinha 12 e ela 9. Conforme noticiou o jornal
britânico Daily Mail, o menor teria feito isso influenciado por filmes
pornográficos com cenas de incesto (sexo entre parentes próximos). O
promotor de Justiça responsável pelo caso informou que o garoto acessou
conteúdo de temática incestuosa várias vezes na internet e alegou que
“casos como esse vão aumentar por causa do acesso bem fácil que jovens
têm agora à pornografia pesada.
O garoto, cujo nome não foi
revelado por causa da idade, assumiu a culpa por seis acusações de
estupro contra a mesma vítima e passará cinco anos sob acompanhamento
preventivo contra crimes sexuais, internado em uma instituição de
tratamento – com acesso controlado à internet, sem contato com qualquer
pessoa abaixo dos 16 anos e proibido de qualquer tipo de relacionamento
com a irmã. Depois que deixar o internato, será monitorado até completar
19 anos.
O caso acendeu as discussões sobre a má influência da
mídia na ainda não formada sexualidade das crianças, que poderia criar
bizarrices do tipo com o tempo, ainda que o praticante ache tudo
“normal”. Na imprensa brasileira, houve quem comentasse o ocorrido em
sites noticiosos em tom bastante acusador, como “já é um psicopata,
faria isso vendo ou não filmes pornôs...” – não se sabe se por
defenderem a pornografia ou somente por estarem revoltados com o
adolescente.
A influência da internet
Tudo isso trouxe à
baila uma pesquisa realizada pelo professor Simon Louis Lajeunesse, do
curso de assistência social da Universidade de Montreal (UM), na
província do Québec, no Canadá. Divulgado este ano, o estudo revelou que
a internet, ao contrário do que se pensava, não é a única vilã, pois a
própria sociedade constrói na cabeça das crianças esses “fantasmas” da
orientação sexual, que culminam em comportamentos fora do normal.
A
web seria, dessa forma, apenas um instrumento que reflete o que o mundo
quer ver, o que faz sentido, mas não diminui sua influência negativa, o
que é corroborado pelo que foi concluído na pesquisa: 90% do consumo de
conteúdo pornô é feito pela internet. Lajeunesse, inclusive, alerta
para “armadilhas” da rede, que se utiliza de palavras de duplo sentido
quando um usuário faz até mesmo uma pesquisa inocente sobre algo que
nada tem a ver com sexo. Uma vez aberta a página com conteúdo
libidinoso, a curiosidade da criança faz o resto. E um fator comprova o
que foi dito antes sobre a sociedade: os “conselhos” e as indicações de
amigos e conhecidos têm papel importante para as tentações carnais
entrarem na vida dos pequenos.
O sexo irreal
A despeito do
estudo da Universidade de Montreal, outros especialistas são da opinião
de que a pornografia acaba por criar um “padrão” de sexo que não
corresponde necessariamente à realidade, e alguns indivíduos, ao
começarem suas vidas sexuais, tendem a querer reproduzir na realidade
aquilo que veem na tela.
Lajeunesse e equipe não defenderam isso,
mas descobriram, segundo lhes foi dito por boa parte dos jovens
entrevistados, que quando o sexo foi feito por eles com uma pessoa real,
foi “angustiante”, pois estavam acostumados ao prazer fácil da
pornografia, sem uma verdadeira interação.
Uma surpresa para os
pesquisadores quebequenses: em média, a idade em que os meninos acessam
pornografia é aos 11 anos – confirmado, em parte, pelo fato de o
estuprador-mirim inglês ter cometido o crime contra a irmã aos 12. Isso
contribui, segundo os realizadores do estudo, para uma bem precoce
hipersexualização da juventude, assunto recentemente abordado aqui na
Folha Universal.
Alcance perigoso
Porém, essa não foi a
única informação que chocou o pessoal da UM ao longo da pesquisa, como
contou o professor Lajeunesse: “Em 2009, quando procurava homens na
faixa dos 20 anos que nunca tinham visto pornografia, simplesmente não
encontrei”, revela. Do alcance da mídia e das más influências pessoais
parece que ninguém escapou – pelo menos entre as tentativas de
entrevistas da equipe canadense.
Pesquisas como a de Montreal não
faltam mundo afora, mas o menino que estuprou a irmãzinha em Gloucester
confirmou à polícia que começou a realizar os atos criminosos após ver
vídeos que causavam nele a sensação de que, se houvesse sexo entre ele e
a familiar, eles, de certa forma, deixariam de ser parentes e a
consciência poderia parecer limpa. É exatamente o que a perversão sexual
causa em seus praticantes, de que tudo o que fizerem é “normal”.
No
caso inglês, o menino realmente perdeu, além de uma época importante de
sua formação que se daria se ele não cometesse crime algum e estivesse
em liberdade, o contato com a própria família – que terá que conviver
com esse trauma, sem falar na própria menininha que foi atacada
sexualmente em sua própria casa, onde deveria se sentir segura dos males
do “mundo lá fora”. E passará por um longo, se não interminável,
processo de cura psicológica, caso não seja procurada ajuda espiritual.
Grupo CALEBE em AÇÃO.
quarta-feira, 19 de abril de 2017
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