segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Voluntárias

 Mulheres voluntárias da UNIVERSAL visitam os filhos das internas da Fundação CASA.

























































Filhos das internas da Fundação Casa.

Por Andrea Dip andrea.dip@folhauniversal.com.br
Uma porta pesada de ferro se abre. Um guarda, um detector de metais e uma cabine blindada aparecem. Mais alguns passos, e o barulho da porta se fechando identifica que daquele lugar não entra e sai quem quer. Um caminho de concreto, mais algumas portas, mais um ou dois guardas, mais um portão fechado. Através das grades é possível ouvir bebês e vozes de adolescentes. Lá, o clima tenso desaparece e, às vezes, dá para esquecer que se está em uma Unidade Feminina de Internação Provisória (UIP) da Fundação Casa, ex-Febem. Em poucos metros quadrados funciona a Casa das Mães, que separa adolescentes grávidas e com bebês das outras internas. Ao todo, a unidade abriga 118 meninas de 12 a 20 anos incompletos, e o tempo médio de internação é de 1 ano e meio. No momento da visita, algumas meninas pintavam quadros, outras faziam pães e doces em uma grande cozinha. K., de 16 anos, era uma delas. De avental branco e sorriso largo, ela conta que “rodou” (foi pega), junto com o marido, de 48 anos, por tráfico de drogas e está na UIP há 9 meses. “O juiz disse que ele me usou. Mas eu acho que ninguém usa ninguém, vai por esse caminho quem quer”, diz a jovem, que entrou grávida de 4 meses e teve a filha num hospital conveniado à Fundação. “Eu entrei dizendo: ‘vou traficar, a vida do crime é isso mesmo’. Agora, penso na minha filha, em como vai ser.” Até março de 2006, as meninas que entravam grávidas na Fundação Casa eram levadas a um abrigo assim que os bebês nasciam e lá ficavam com os filhos por 4 meses. Após esse período, as mães voltavam para a internação e os filhos iam para a família da menina ou para um orfanato. Grande parte das meninas fugia e nem voltava para a Febem. A Casa das Mães, com 12 vagas, não supre a demanda de todo o Estado, mas é a única em São Paulo e possibilitou que os bebês fiquem com as mães até o final da medida sócio-educativa. “Aqui é feito o pré-natal, há acompanhamento psicológico. Os bebês são tratados no posto de saúde da região, tomam as vacinas e não lhes faltam alimentos, roupas e estrutura”, conta Maria Isabel Melo, diretora do Internato Feminino, que fica no bairro da Mooca, zona leste da capital paulista. As roupas e brinquedos chegam através de doações e, por vezes, são trazidos por familiares das meninas. Ali, os bebês ficam 24 horas ao lado das mães. O quarto grande é coletivo, com berços ao lado das camas. As meninas lavam a própria roupa e a dos filhos, ajudam na comida, na limpeza e têm oficinas de panificação, manicure e, a mais procurada, de bordado. Maria Isabel explica que as adolescentes que chegam grávidas têm geralmente o mesmo histórico: “O tráfico é o motivo mais comum. Geralmente, é por amor. Elas se envolvem na vida dos companheiros e quando elas vêm para cá, eles são presos. A maioria já tem filhos de outros relacionamentos”, diz. Essa é a história de J., 17 anos. Há poucos dias na unidade, está grávida de 38 semanas e conta que deixou uma filha de 3 anos com a mãe. Esse é seu maior sofrimento. “Minha mãe cuida bem, mas disse que não vem me visitar nem trazer minha filha, porque preciso pagar pelo que fiz. Entrei para o tráfico porque era o caminho mais rápido para comprar as coisas que eu queria. Mas nem de perto é o caminho mais fácil”, diz, amadurecida pela realidade. E para o futuro? J. faz uma pausa de silêncio enquanto mexe na longa trança de cabelos negros: “Quero conhecer pessoas que me ajudem não com dinheiro, mas com um ombro. Quero cuidar da minha família, dos meus filhos”. E o pai? “O pai da minha filha é do crime. E o pai do meu filho está preso”. Para o psicólogo Rubens Maciel, as meninas que vão para a Fundação Casa têm a família desestruturada ou vivem em situação de miséria. “Elas saem de casa porque o convívio com os pais e irmãos é degradante, violento. E, não encontrando segurança em casa, vão procurar esse carinho em um namorado que também vem de uma situação semelhante”, explica. Por esse quadro caótico, Maciel acredita que a situação dos bebês que nascem atrás das grades é relativa. “Se você comparar com a rua, eles estão em uma situação melhor, porque nada falta, estão num ambiente seguro. Mas, se comparada à situação de uma família estruturada, eles estão em uma condição pior, porque estão privados de liberdade por um delito cometido pela mãe”. É o caso da bebê de G. (de 18 anos), interna há 1 ano e 4 meses. “Ela está engatinhando e quer ir para fora, vai até o portão e quer sair”, conta. O caso dela é o mais grave entre as oito meninas que ocupam a Casa das Mães. Após alguma resistência, conta que cometeu latrocínio, roubo seguido de morte. Ela também estava com o marido no momento do crime e ainda tem 3 ou 4 meses como interna para cumprir. Quando sair, pretende ir morar com a sogra no interior e aceitar qualquer trabalho. “Não posso ficar escolhendo, né?”, diz a adolescente. Sobre sonhos e o futuro, elas não falam. Dão respostas vagas. O fato é que as meninas estão entrando para o crime cada vez mais cedo. Em 2000, a idade média das internas era de 18 anos. Hoje, as meninas “rodam” com pouco mais de 15. E descobrem, nas palavras de J., que esse caminho é “rápido, mas nunca fácil”. Berçários e creches nas prisões O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, no fim do mês passado, uma lei que garante condições mínimas de assistência a mães presas e recém-nascidos. O texto determina que as penitenciárias femininas tenham berçários onde as mães possam cuidar e amamentar os filhos até, no mínimo, 6 meses depois do nascimento. A lei assegura ainda que haja acompanhamento médico pré-natal e pós-parto. Até então, as detentas ficavam com os bebês até os 4 meses de vida e depois davam para a família ou para abrigos, dependendo da situação. As prisões deverão também ter creches com profissionais qualificados para abrigar crianças de 6 meses a 7 anos, cuja mãe esteja presa e seja a única responsável. A autora do projeto, deputada Fátima Pelaes (PMDB/AP) ressaltou à imprensa que a lei é uma “obrigatoriedade de que realmente os presídios femininos disponham de um atendimento à mãe e à criança”. Fátima, que nasceu em um presídio e viveu nele até os 2 anos de idade, afirmou também que: “Toda mulher tem direito de ser mãe e toda criança tem direito à convivência com essa mãe, ao carinho e ao afeto. Isso faz diferença na vida dos dois.”

terça-feira, 4 de junho de 2024

O que o diabo odeia.

 




Evangelização e batismo na Fundação Casa SPVoluntários da IURD levam palavra de fé aos internos SÃO PAULO – O trabalho de evangelização realizado pela IURD nas unidades da Fundação Casa SP (antiga Febem) tem se intensificado nos últimos anos. Semanalmente, voluntários da IURD levam uma palavra de fé aos internos, procurando mostrar a importância de buscar a Deus. Muitos têm demonstrado arrependimento de seus erros, que como conseqüência lhes trouxe a privação da liberdade. Segundo o coordenador do trabalho no Estado de São Paulo, pastor Geraldo Vilhena, os resultados são gratificantes. "Procuramos levar aos internos conforto espiritual, através do qual muitos têm aceitado com interesse a Palavra de Deus e mudado de vida. Temos constatado o resultado do nosso trabalho quando estes decidem se batizar e, aqui fora, nos procuram, querendo dar continuidade ao que aprenderam enquanto reclusos", relata o pastor. Prova disso foi o que aconteceu recentemente na Unidade de Franco da Rocha, região da Grande São Paulo, quando um menor se batizou nas águas. Na oportunidade, os internos, além dos familiares, foram presenteados com um exemplar da Bíblia Sagrada. Para o diretor do complexo, Flávio de Giácomo, atitudes como essa apenas reiteram a importância do trabalho promovido pela IURD. "A presença da Igreja, não só hoje, mas no dia-a-dia, é essencial para estabelecer um futuro melhor a todos, especialmente colaborando com o nosso trabalho, que não é fácil. É um grande prazer tê-los aqui e saber que sempre podemos contar com os pastores e voluntários da IURD", destacou.

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  Princípio do Fim

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Fumo mata

 

Fumo mata




Esta revista é antiga, mais leia vai lhe ajudar na sua vida espiritual: Diz o Bispo Geraldo Vilhena.

Postagem em destaque

O TEATRO, com uma ação de fé

O TEATRO, com uma ação de fé é uma maneira positiva para alcançar uma pessoa perdida.Diz o bispo Geraldo Vilhena   ...